Ah… Eu te amei! (Poema romântico de Oriza Martins)
Ah… Eu te amei!…
Eu te amei, meu caro… E como eu te amei…
E te chamava de amor, de meu amado,
De meu amor, de meu adorado…
Ah… E eu te desejei…
De mil maneiras, meu caro,
E como te desejei!…
E te recebi nos braços
Com o poder da paixão
De almas que se entregam
Em ternos, profundos, laços…
Ah… E eu te perdi, meu caro…
Te perdi e me perdeste,
Em meio a vendavais,
Tempestades e tormentas
Que assolam de repente,
Que devastam relações,
Que estilhaçam sentimentos,
Despedaçam corações,
Nos afogam em lamentos,
Confundindo as emoções…
Ah… Eu te amei e te desejei…
E como.. e tanto, meu caro…
E, se hoje estou aqui,
Não é por saudade de ti,
Mas um tributo à força
Das loucuras e tensões
Que contigo eu vivi…
Não por saudade de ti,
Mas saudade, com certeza,
Das incrÃveis sensações
Daquele louco amor
Que um dia eu senti!…
by Oriza Martins
Um domingo feliz e uma ótima semana!!
Tenha um domingo fascinante!
Domingo pede cachimbo?
Bom domingo! Muita curtição…
Paz e amor no coração!!
Poema de Fernando Pessoa sobre a Vida = Dorme, que a Vida é Nada!
Dorme, que a Vida é Nada!
Dorme, que a vida é nada!
Dorme, que tudo é vão!
Se alguém achou a estrada,
Achou-a em confusão,
Com a alma enganada.
Não há lugar nem dia
Para quem quer achar,
Nem paz nem alegria
Para quem, por amar,
Em quem ama confia.
Melhor entre onde os ramos
Tecem docéis sem ser
Ficar como ficamos,
Sem pensar nem querer,
Dando o que nunca damos.
Fernando Pessoa, in “Cancioneiro”
Poemas de Amor de Fernando Pessoa = Como te Amo
Como Te Amo
Como te amo? Não sei de quantos modos vários
Eu te adoro, mulher de olhos azuis e castos;
Amo-te com o fervor dos meus sentidos gastos;
Amo-te com o fervor dos meus preitos diários.
É puro o meu amor, como os puros sacrários;
É nobre o meu amor, como os mais nobres fastos;
É grande como os mares altisonos e vastos;
É suave como o odor de lÃrios solitários.
Amor que rompe enfim os laços crus do Ser;
Um tão singelo amor, que aumenta na ventura;
Um amor tão leal que aumenta no sofrer;
Amor de tal feição que se na vida escura
É tão grande e nas mais vis ânsias do viver,
Muito maior será na paz da sepultura!
Fernando Pessoa, “Inéditos – Poemas de Lança-Pessoa – Manuscrito (Junho/1902)”
Poemas de amor de Fernando Pessoa = Não Sei se é Amor que Tens, ou Amor que Finges
Não Sei se é Amor que Tens, ou Amor que Finges
Não sei se é amor que tens, ou amor que finges,
O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
Já que o não sou por tempo,
Seja eu jovem por erro.
Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dádiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro olhos: é bastante.
Que mais quero?
Ricardo Reis / Fernando Pessoa
Poemas de amor de Fernando Pessoa = O Amor é uma companhia
O Amor É uma Companhia
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visÃvel faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro / Fernando Pessoa
Poemas de amor de Fernando Pessoa = Quando Eu não te tinha
Quando Eu não te Tinha
Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima …
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza …
Tu mudaste a Natureza …
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.Â
Só me arrependo de outrora te não ter amado.
Alberto Caeiro / Fernando Pessoa